2.6.03



O MELHOR ÁLBUM BEATLE DE TODOS OS TEMPOS



E no dia 22 de novembro de 1968, sem muito alarde, chegou às lojas de discos do planeta um álbum fundamental. Um álbum duplo com um refinamento sem precedentes na história da música. Quatro lados que formam um dos melhores álbuns de rock´n´roll de todos os tempos. A maturidade da banda mais importante da história da música. Apenas talento. White Album, ou, em português, apenas o Álbum Branco, deliciosamente concebido pelos Beatles. Para os fãs da banda (e também para seus detratores), tudo começou a mudar a partir desse álbum. Absolutamente tudo e, depois dele, com certeza, os Beatles não seriam mais os mesmos...

A CAPA
Simples e necessária. Apenas uma capa branca com o nome da banda escrito (também na cor branca) em alto relevo. Adeus aos excessos psicodélicos e aos caleidoscópios multicoloridos circa 66/67. A sua estética crua anunciava, sem demora, o que vinha pela frente. Apenas música.

JOHN, PAUL, GEORGE E RINGO
O White Album pode ser encarado, na verdade, mais como um disco elaborado por quatro artistas solo, do que como um efetivo álbum concebido por uma banda. Certa vez, li uma análise na qual o crítico colocava que o álbum era mais uma coletânea de singles do que um disco uniforme, com começo, meio e fim. Concordo bem com isso, mas quem disse que essa uniformidade é necessária? Não, não é, ainda mais quando a banda parece estar se desintegrando pouco a pouco, restando pouca ou quase nenhuma vontade de fazer qualquer projeto em conjunto. E, aqui, esse é o caso. Todas as diferenças da banda são expostas e demonstradas ao público. Todos os objetivos dos músicos são confrontados e, da mesma forma que se percebe um total isolamento entre eles, também resta absolutamente clara a influência sonora que um exerceu sobre o outro ao longo da carreira da banda.

AS MÚSICAS
O auge da criatividade beatle. No meio do caos de idéias sobre como prosseguir com a banda, John, Paul e George (Ringo sempre foi incomparável e sem talento perto dos outros) parece atingir o ápice da sua criatividade. As canções são belíssimas. Uma após a outra. Paul simplesmente comprova ser o mais talentoso de todos. As canções Back in the USSR, Birthday, Rocky Raccoon, Blackbird, a genial Helter Skelter e até o vaudeville Honey Pie o colocam, definitivamente, entre os gênios do rock. Lennon não fica tão atrás, mas peca pelo experimentalismo bobo (óbvia influência de Yoko). Quando decide ser ele mesmo, comete genialidades como Sexy Sadie e I´m So Tired. George, bem, até o fraco George (na minha opinião) perpetra, nesse disco, sua melhor canção, disparada, a bela While My Guitar Gently Weeps.

PARTICIPAÇÕES
A briga pela demonstração de forças chegou ao seu ponto máximo nesse álbum. Após a participação de Yoko em uma faixa de Lennon, Paul decidiu que iria tocar TODOS os instrumentos nas faixas de sua autoria, dispensando a participação dos colegas. John e George decidiram fazer o mesmo e Ringo, contrariado, inclusive deixou a banda, sem aparecer no estúdio por duas semanas. Logo ele retornou, com um pedido de desculpas dos demais. Entretanto, todos chamaram “amigos” para participar do álbum e o resultado foi a participação especial de vários músicos. Tem Eric Claton, Billy Preston, Nicky Hopkins, Mal Evans, Andy Morris, isso sem falar nas esposas dos músicos que, com exceção de Linda McCartney, participaram do álbum.

RESULTADO
Excepcional. Brilhante. Um disco construído sob uma tensão inegável e que, como poucos, mostra toda a força e o talento criativo de uma banda. O melhor disco beatle de todos os tempos. Um dos melhores discos de todos os tempos.

Ouvindo Revolution, estupenda, de The Beatles



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