30.5.03



GLASTONBURY

O festival de música mais legal do mundo, o britânico Glastonbury (que vai se realizar em junho) revelou hoje o todo o seu line-up. Abaixo vocês vão saber sobre o Pyramid Stage (o palco principal). Quanto aos demais (tão importantes quanto), você confere AQUI, NO MELHOR SEMANÁRIO DE MÚSICA DO PLANETA, o New Musical Express (que essa semana tem os geniais Strokes na capa):

PYRAMID STAGE

Sexta 27/06
REM
David Gray
Suede
Zwan
Mogwai
De La Soul
Echo And The Bunnymen
Inspiral Carpets
The Darkness

Sábado 28/06
Radiohead
Flaming Lips
Supergrass
Turin Brakes
Polyphonic Spree
Jimmy Cliff
Jools Holland
Afro Celts TBC
Ozomali

Domingo 29/06
Moby
Manic Street Preachers
Feeder
Macy Gray
Sugababes
Asian Dub Foundation
Waterboys
Leningrad Cowboys
Town Band

Antes que me quebrem, também acho que tem muita música velha....não era necessário Echo, nem Suede, nem REM, mas...




NAHIM É GÊNIO

E aproveitando o post abaixo, vejam se o Nahim (cantor popular genial dos anos oitenta, autor dos hits "Da Da Da, O Seu Coração" e "Taka Taka") não está com a razão em entrevista publicada hoje no Jornal da Tarde (em matéria sobre a volta dos cantores populares): "Cara, acabou! Acho ridículo esses caras quererem voltar. Tem tanta gente com talento que está batalhando por um espaço e aí vem esse povo museu querendo competir? ... Quanto menos coisa minha tiver por aí, melhor. Seria legal manter um mito tipo os Beatles, com aquela história da morte do Paul McCartney".

Em suma, o Nahim é um gênio, e bem que o Frejat, o Robert Plant, o Mick Jagger, o McCartney, os Titãs, o Skank, o David Bowie e mais umas cinco dúzias de músicos podiam seguir o seu conselho e dar área da cena musical...

Ouvindo I´m So Tired, quase a ver, de The Beatles



MANIFESTO (OU QUANDO A SATURAÇÃO EXPLODE A PACIÊNCIA)

Eu curto música. Muito. Dá para perceber isso, pelo simples fato de eu perder (na verdade ganhar) importantes horas de trabalho e lazer, escrevendo em um blog sobre o assunto. Mas, às vezes, eu me questiono por que motivo faço isso. E essas ocasiões geralmente aparecem quando leio uma notícia como a que darei agora. O Led Zepellin (isso mesmo, meus caros, o Led Zeppelin), famosa banda de metal ou seja lá o que for dos anos setenta, vai lançar um novo (novo?) disco de inéditas, acompanhado de um novo (novo?) vídeo em DVD. O tal projeto vai se chamar "How The West Was Won" e conterá gravações de shows realizados entre os anos de 1970 a 1979.

Porra, tudo bem que é pela grana e o escambau, que os caras precisam sobreviver e o diabo, mas o fato é que a cada ano que passa, mais eu odeio esse tipo de coisa, mais eu odeio esse tipo de gente que se recusa e envelhecer e a deixar o caminho livre para uma nova geração, com gente interessante e com algo interessante a dizer. O Led Zeppelin, o David Bowie, os Stones, o Paul McCartney, o Brian Wilson e uma série de outros otários, deveriam PARAR DE TOCAR E DE LANÇAR DISCOS, de uma vez por todas e começar a viver de direitos autorais (o que, convenhamos, dá uma bela grana a esses caras). E você vão dizer, "deixa os caras lançarem seus discos, mal não faz). É claro que FAZ UM PUTA MAL. É claro que faz. Quando esse tipo de lançamento acontece, a imprensa, o rádio, o inferno, só dá destaque a esses sujeitos e bandas novas e legais ficam, como sempre, sem espaço. Será que não dá para perceber que o que um Robert Plant faz ao rock, nos dias de hoje, nada mais é do que um canibalismo puro e simples. Ele não tem maiz voz, definitivamente ele não tem mais voz e o Page não consegue mais tocar como antes. Isso é fato, é incontestável. A criatividade esgotou e a capacidade acabou. Eles deveriam deixar o seu passado intocado e SAIR DE CENA PORRA. Eles não têm mais nada a dizer. Nada...e que uma nova geração tenha culhões suficiente para dizer: Saiam do caminho seus velhos escrotos...

Pronto, falei...

Ouvindo Get Off The Stage, brilhante, de Morrissey, cuja letra segue anexa (quem não souber inglês eu traduzo depois, ok?)

Oh you silly old man
You silly old man
You're making a fool of yourself
So get off the stage
You silly old man
In your misguided trousers
With your mascara and your Fender guitar
And you think your can rouse us
But the song that you just sang
It sounds exactly like the last one
And the next one
I bet you it will sound
Like this one
Downstage, and offstage
Don't you feel all run in?
And you wonder when they will take it away
This is your final fling
But then applause ran high
But for the patience of the ones behind you
As a verse drags on like a month drags on
It's very short but it seems very long
And the song that you just sang
It sounds exactly like the last one
And the next one
I bet you it will sound
Like this one
So get off the stage
Oh, get off the stage
And when you get down off of the stage
Please stay off the stage,
Get off the stage
Oh, get off the stage
And when we've had our money back
Then I'd like your back in plaster
Oh I know that you say
How age has no meaning
Oh but here is your audience now
And they're screaming
Get off the stage
Oh, get off the stage
Cuz I've given you enough of my time
And the money that wasn't even mine (have you seen the silvery [screen])
Oh get off the stage...
For whom the bell tolls






O " Senhor dos Anéis" vai virar musical...se for tão insuportável como o filme e o livro, estamos bem arrumados...


29.5.03



O CHAPELEIRO MALUCO

Bono Vox, cantor da banda...como é o nome mesmo?. Enfim, o tal do Bono Vox gastou a módica quantia de US$ 5 mil, nesta semana, apenas para transportar seu chapéu de Londres até a Itália, uma vez que o cantor havia esquecido o importante item na cidade londrina e ele era fundamental na apresentação que seria feita em conjunto com o gorducho Pavarotti, na Itália.

Depois eu me pergunto? Não seria melhor doar essa grana para aquelas ONGs que ele vive dizendo que são a solução do planeta?

Ouvindo Hey Stoopid, do chatérrimo Alice Cooper




testando...


28.5.03


Depois da traulada genial que eu tomei da bacana ANNE , e das dezenas de porradas que eu tomo de todos os outros (né HILUKUS ?) eu pergunto: Alguém quer escrever algo em minha homenagem? Eu não entendo, o Picareta gosta do lixo do Frank Zappa, o Lúcio gosta da tralha do Pink Floyd e eu é que tomo porrada...será que o mundo pirou?

Ouvindo Crazy Train, coisa ridícula, de Ozzy - o gordo (eu sou magro, viu?) - Osbourne




Picareta e afins...leiam o texto que o AZVD publicou AQUI, no seu Baby Let´s Rock sobre Smile dos Beach Boys. Sensacional...leiam pô...

Ouvindo Step On, do caralho, de Happy Mondays




BATOM, SALTO ALTO E CULHÕES, MUITOS CULHÕES



"As I was lyin in a hospital bed
A rock n roll nurse went into my head
She says, hold ya arm, stick out ya tounge
I gots some pills I'm gonna give you somes

She went into my head, into my head
A rock n roll nurse, went into my head
Into my head, into my head
While I was lyin in a hospital bed
"
(Pills / New York Dolls)

E eis que o punk rock surge em 1971, brilhante, na cidade de Nova Iorque, através de garotos que se vestiam como mulher, usavam sapatos de salto alto, pintavam os lábios e eram adoravelmente barulhentos. New York Dolls. Uma das bandas mais legais da história da música. Formada originalmente por Johnny Thunders e Rick Rivets (guitarras), Arthur Kane (baixo), Billy Murcia (bateria) e David Johansen (vocal), os New York Dolls forjaram o barulho, a atitude, os poucos acordes, enfim, o punk rock, muito antes de ele existir. Logo de cara, a banda teve uma mudança de formação, com a substituição de Rivets por Syl Silvian, e Murcia (que morreu em Londres por overdose de drogas) por Jerry Nolan. A partir daí a história começou para valer. Em 1973 foi lançado o primeiro álbum, o magnífico “The New York Dolls”. Carregado de riffs ousados e absolutamente rock´n´roll, o álbum apresentava canções frescas, cheias de porrada e beleza, arrombando as portas do glamouroso mundo rocker e mostrando o quanto as bandas carimbadas da época como The Who e Stones já faziam parte do passado. O álbum seguinte “Too Much Too Soon” de 1974, veio ainda mais cheio de peso e porrada. Canções como “It´s Too Late”, “Babylon” e “Puss´n´Boots” mostram como uma festa de verdade deve ser animada. Depois disso, a banda degringolou. Contrataram Malcolm McLaren (ele mesmo!) como empresário, passaram a vestir apenas roupas de couro vermelho, demitiram McLaren e Thunders deixou a banda. Tudo acabado. Thunders ainda montaria a sensacional The Heartbreakers e os demais prosseguiriam em carreira solo e tocando em outros projetos. Thunders e Nolan viriam a morrer em 1991. Enfim, morreram em paz. Já haviam deixado o seu nome na história, tendo antecipado o futuro numa época dominada por bandas intragáveis, uma indelével marca de batom e porra no espelho rocker...

Ouvindo Lonely Planet Boy, formidável, de New York Dolls




READING FESTIVAL

Quer saber parte das bandas que vão tocar no espetacular Festival de Reading, na Inglaterra:

Rapture, Ladytron, Kinese and The Applicators, Godsmack, Mull Historical Society, Alien Ant Farm, OkGo, Saves The Day, Serafin, White Stripes, Metallica, The Streets e Doves.

Não entendi o que o Metallica vai fazer lá, mas o resto é bacana, bem bacana...

Ouvindo The Show Must Go On, horrível, de Queen




THE RAPTURE

Depois do brilhante EP de estréia "Out Of the Races And On To The Tracks" os norte-americanos do The Rapture (uma puta banda bacana, veloz e furiosa) está prestes a lançar seu primeiro álbum...

É óbvio que deve ser muito bom...

Ouvindo Rapture, uma das músicas da minha vida, de Blondie




ESSE SIM É UM PET SOUNDS QUE INTERESSA



Shaun Ryder, o mito que foi vocalista de uma das melhores bandas do planeta no final dos anos oitenta - Happy Mondays - deixou de lado o seu médio projeto Black Grape e resolveu investir na carreira solo. Ele já gravou e está prestes a lançar o seu primeiro álbum, maravilhosamente chamado de "Clowns and Pet Sounds". O nome do primeiro single é "Scooter Girl" e será lançado no dia 16 de junho.

Trata-se de um álbum importante. Ryder foi uma figura lendária no cenário musical dos anos oitenta: deu o pontapé inicial na freak cena Madchester; trouxe o ecstasy para as massas; me fez abandonar um show do babaca Santana em Lisboa após me encantar com a maravilhosa música dos Mondays; e, fez uma performance mitológica no Rock in Rio II, tocando para um Maracanã vazio (isso é outra história que eu conto depois).

Enfim, isso sim é um Pet Sounds que interessa babes, pode confiar...

Ouvindo Step On, um clássico, de Happy Mondays


26.5.03



AINDA A BARATOS...

Se bem que o Calanca (dono da Baratos) tem que deixar de querer ser o Durval (no sentido ruim da palavra, pq o Calanca é gente MUITO boa), veja sua frase em entrevista à Folha..."Em 78, eu odiava discothèque, então colocava capas de discos dos Bee Gees para os clientes pisarem no chão da loja. Hoje acho aquilo um clássico, perto de White Stripes".

Não se fala mal da banda mais legal do planeta...

Ouvindo Cold Cold Night, com a voz sussurada da Meg, de Wghite Stripes



BARATOS AFINS

Hey, uma das gravadoras mais legais do planeta, a nossa BARATOS AFINS fez 25 anos. Surgida em 24 de maio de 1978, a gravadora continua firme e em pé, lançando nomes legais e resgatando gente boa, muito boa, que ficou esquecida no limbo da voraz indústria musical...

Legal...

Ouvindo Itamar Assumpção, um mito...



SANTA IRRELEVÂNCIA

O velhinho Brian Wilson vai iniciar uma turnê especial tocando apenas sons do mitológico e perdido álbum Smile. Não vejo a menor necessidade disso. O disco é legal, o Brian Wilson foi bacana enquanto tinha os miolos inteiros e não derretidos por drogas, mas quanto tempo vai demorar para esses bastardos perceberem que NÃO ESTAMOS MAIS NA DÉCADA DE SESSENTA, PORRA...

Ouvindo 1969, divina, de The Stooges



MICHAEL MOORE...UMA FARSA?

Lúcio, apenas para colocar lenha na sua fogueira. Você leu o texto do Álvaro Pereira Júnior, publicado hoje na Folha, no qual ele alega que, segundo a revista norte-americana RADAR, o nosso amigo Michael Moore FRAUDOU O SEU DOCUMENTÁRIO, com a inclusão de uma cena FAJUTA. Qual cena? A da funcionária do Banco dando uma arma para ele...

Quer ler o texto? Veja AQUI ...

Forjando documentários? Coisa feia hein Mr. Moore?

Ouvindo Mentiras, sensacional, de Replicantes


22.5.03



MOMENTO TAPE DECK

Momento “bobagem descontrol” e sem qualquer interesse provocativo.

Fiz um tape (total anos setenta) apenas com bandas e artistas que fizeram uma música só (uma música só que prestasse em toda a carreira). Ficou boa, olha o resultado:

1) More Than a Feeling (Boston);
2) Smoke on the Water (Deep Purple);
3) Hey Hey My My (Neil Young);
4) Rock´n´Roll All Nite (Kiss);
5) Roundabout (Yes);
6) I Saw the Light (Todd Rundgren);
7) Love is the Drug (Roxy Music);
8) Get it On (T. Rex);
9) Instant Karma (John Lennon); e,
10) Swastika Girls (Robert Fripp)

Ouvindo Have You Ever Seen the Rain, o maior exemplo de que algumas bandas só tem competência para criar uma ÚNICA música e ela nem precisa ser boa, como é o caso, de Credence Clearwater Revival, a banda mais chata do mundo...



E NO FIM É O OUVINTE QUE SE FODE…SEMPRE

Que o jabá (prática de as gravadoras pagarem para as rádios e as tevês tocarem esse ou aquele artista) existe desde há muito tempo no Brasil e no mundo é fato. O que nunca se viu foi alguém que participou do esquema, admitir publicamente tal fato. E foi isso que fez André Midani, ex-diretor de gravadora (Philips, WEA e outras) e hoje atuante da ONG Viva Rio. Aos 70 anos, Midani concedeu uma entrevista aos jornalistas Pedro Alexandre Sanches e Laura Mattos, ambos da Folha de São Paulo. A entrevista foi publicada ontem e você DEVE lê-la AQUI .

É bastante a forma como Midani aborda o assunto. Fica nítido que o artista é visto apenas como um produto e como tal, deve ter um “custo publicitário” para ser vendido. Obviamente eu não me surpreendi com a “revelação”, afinal tenho trinta anos nas costas e sei bem que música é negócio e o mundo não gira sem grana. O que mais me aborrece, entretanto, é que quanto mais penso sobre o assunto, mais vontade me dá de mandar tudo às favas e queimar meus cds em algum buraco por aí.

Por essas e por outras que estou com caras como Lobão, Aguinaldo Timóteo (que vende seus cds em banca de camelô) e tantos outros.

Ouvindo Police and Thieves, corretíssima, de The Clash



GIMME SKELTER

Uma penca de artistas vai participar do álbum beneficente (em benefício da música, de acordo com o dono da gravadora Buddyhead, mentora do projeto) “Gimme Skelter”. Weezer, yeah yeah yeahs, Iggy Pop, Mudhoney e outros vão ser as figurinhas do álbum. Como sempre, deve ser um daqueles álbuns mezzo, mas que vale pelo nome dos artistas.

Ouvindo Hear´n´Aid, um lixo, de Hear´n´Aid “”who cares for the children...”)


21.5.03



FLASH

Ah, e eu já devia ter comentado isso aqui antes. Semana passada, a amiga Loren convidou a minha modesta pessoa e a modesta pessoa de minha companheira Cris para um mega evento social (uma dessas adoráveis super festas para ver e ser visto). Dentro do tal mega evento pudemos conferir os shows de Fernanda Porto e de Maria Rita Mariano. Não conhecia direito o trabalho das duas e gostei. Maria Rita é extremamente simpática e tem uma voz fantástica. Já Fernanda Porto é linda e realmente merece o estouro que cerca seu nome. Muito competente. Procurem e ouçam as duas. Vale bem a pena...

Ouvindo Street Tatoo, legal, de Stan Getz



A GUERRA DOS MUNDOS

O novo single da banda Mundo Livre S/A, intitulado "O Outro Mundo de Xicão Xucuru" já foi lançado. É o primeiro single do novo álbum "O Outro Mundo de Manuela Rosário". Reza a lenda que o single é uma homenagem da banda ao líder indígena Xicão Xucuru assassinado em 1998.

Ainda não ouvi, mas não sei não. O Mundo Livre lançou um disco excelente no começo da década de noventa, o seu primeiro álbum Samba Esquema Noise. Depois disso acho que a banda foi para lá e para cá sem o menor rumo e sem mostrar qualquer coisa interessante. Vivem da herança do "manguebeat", a MAIOR BALELA DO ROCK NACIONAL DE TODOS OS TEMPOS. Qualquer dia escrevo sobre isso. TODAS as bandas foram superestimadas. Todas. E não é por que Chico Science morreu que vou achá-lo gênio. Longe disso. Um cara bacana...no máximo...

Ouvindo The Great Rock´n´Roll Swindle, uma fraude, dos Sex Pistols

20.5.03



ÁLBUNS MARAVILHOSOS (ou pequenas pérolas que você TEM que escutar para ter uma vida mais feliz...)

JOHN CALE - VINTAGE VIOLENCE (1970)



Esqueça Andy Warhol, esqueça Lou Reed, Velvet Underground, a Nova Iorque insana dos final dos anos sessenta, as jaquetas de couro, os óculos escuros. Imagine apenas música bem feita e refinada. Imagine John Cale iniciando uma carreira solo. Pronto, você tem um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos: Vintage Violence, de 1970.

Recém saído da banda Velvet Underground (da onde foi chutado por Lou Reed em 1968), Cale teve tempo de preparar o seu primeiro álbum solo, longe de toda a atmosfera adoravelmente decadente do Velvet. Criou uma obra única, totalmente distante da sonoridade de sua antiga banda. Vintage Violence mostrou um Cale disposto a experimentar e a cair de cabeça. Mostrou um Cale flertando com melodias apuradas, boas construções rítmicas. O álbum começa com a macartiniana "Hello, There". Logo vem "Adelaide", na qual Cale prova que blues pode sim, ser um ritmo legal. Depois tem a bela "Bring it on Up" e a maravilhosa "Amsterdam" (uma das músicas mais tristes e bonitas que já ouvi em minha vida). Tudo para encerrar de um modo perfeito, com "Ghost Story".

Um álbum perfeito. Daqueles que ainda te fazem sorrir num dia de chuva...escutem.

Ouvindo Amsterdam, linda, de John Cale



HOME OF THE BRAVE

Madonna, Eddie Vedder, Dixie Chicks, Fred Durst, Sheryl Crow, Barbra Streisand, Zack de la Rocha, Tom Morello, Mos Def, Ani Di Franco, Michael Franti e outros. O que eles têm em comum? Eles são considerados TRAIDORES DA AMÉRICA pelos bastardos com tempo suficiente de criar esse site PRO-BUSH ...visitem...é de rolar no chão de dar risada. Depois dizem que os estadunidenses não são engraçados....ora vamos.

Ouvindo Volunteers, tudo a ver, com Jefferson Airplane



COISAS DIFÍCEIS DE AGUENTAR...

Pode existir algo pior do que o vocal do Limp Biskit, Fred Durst, tocando a canção boba da Avril Lavigne, Complicated? Pois é, o sujeito anda fazendo isso...desse jeito, nunca vai faltar material de tortura ao poderoso exército norte-americano.

Ouvindo Ooops Up, deliciosa, de The Gap Band



DEPOIS OS ÁRABES É QUE SÃO TERRORISTAS

Essa é espetacular. A revista norte-americana Newsweek publicou reportagem na qual afirma que o exército norte-americano utilizou uma arma pesada de tortura na obtenção de confissões de presos iraquianos durante a guerra recente (sério!). Eles submeteram os presos a sessões intermináveis de rock pesado e canções tema de programas infantis.

De acordo com o Sargento Mark Hadsell "essas pessoas nunca ouviram heavy metal antes. Elas não estão acostumadas a isso. Elas não suportam isso"

De acordo com o exército, MUITA música da banda METALLICA foi utilizada nessas sessões de tortura. O fato é que não poderiam escolher banda melhor para a tarefa. Realmente, ouvir Metallica é um crime. Um verdadeiro ato de tortura. Pobres iraquianos. Depois os árabes é que são terroristas...

Ouvindo qualquer uma do Asian Dub Foundation, caras muito legais...


19.5.03



OBITUÁRIO...

Faleceu no final de semana a Sra. Clarisse Leite Dias Baptista. Para quem não sabe, Clarisse foi uma das MAIORES PIANISTAS brasileiras (de música clássica) de todos os tempos. Para quem também não sabe, ela, além de genial, foi também mãe de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, fundadores dos Mutantes...

Ouvindo Ceremony, linda, de New Order

17.5.03



THE KING IS DEAD BOYS...

Na verdade isso não era para ser um post, era para ser apenas um comentário no excelente post abaixo, muito bem (como sempre) redigido pelo Picareta. Porém, como o BlogExtra não funcionou, vai em forma de post mesmo...

O que tenho a dizer é: Balela...(não a introdução do Absinto pelo Picareta, mas o desrespeito à música eletrônica). Picareta, você mesmo disse que a pesquisa demonstra que os consumidores de discos de rock hoje são maiores de 45 anos. Oras, isso significa que: 1) quem tem dinheiro compra discos; 2) esse pessoal que hoje tem dinheiro é velho e, portanto, foi adolescente no auge do rock há 20, 30 anos atrás, 3) quem tem 45 anos com certeza gosta mais de rock do que qualquer outra coisa, se não porque o rock virou total mainstream nas últimas décadas (virou profissão para os filhos e não ato de rebeldia, se bem que rebeldia mesmo só existiu nos primórdios até aparecer Elvis, o babaca-mor do rock´n´roll), mas sim porque desconhece música eletrônica.

Assim o que a pesquisa prova é...NADA. Apenas que uma porção de velhos norte-americanos continuam comprando discos de rock. E duvide da qualidade...duvide. Aposto que eles não compram pequenas obras-primas modernas como Strokes, White Stripes, Placebo e outros. E como se isso não bastasse, devemos lembrar que a molecada que OUVE música eletrônica, é mais ligada em BAIXAR do que COMPRAR música...além disso, a música eletrônica não é bem vista nos EUA (vai demorar umas três décadas, conhecendo o atraso histórico dos caras) para eles perceberem que rock já era...

Em suma, eu só ouço rock, porém hoje o rock está mais para dead do que para king...e isso é inegável.

Ah, e Marcelo, entre e fique à vontade...a casa é sua e de todos os leitores...esses sim Kings de primeira...

Ouvindo The Queen is Dead, da melhor banda de rock´n´roll do século vinte - obviamente não conto Beatles e Ramones, uma vez que por serem religiões e não bandas de música, estão fora de questão - os sensacionais The Smiths

15.5.03



NEIL YOUNG DIGITAL

E finalmente Neil Young terá toda a sua obra lançada em compact disc. Os últimos álbuns que restavam a ser lançados no formato, agora o serão. São os álbuns "On the Beach", "American Stars 'N Bars", "Hawks & Doves" e "Re.ac.tor".

Eu não gosto nada do Young, e sequer ouvi tais álbuns, porém o sujeito merece ter sua obra lançada em cd...sem dúvida.

Ouvindo Hotel Yorba, música sem igual, de White Stripes



COISA DE GÊNIO

E quando você pensa que os funkeiros cariocas já fizeram tudo o que podiam, eles ainda mostram que o céu NÃO é o limite...a lendária Tati Quebra Barraco dá o tom: "Entrei numa loja / Estava em liqüidação / Queima de estoque / Fogão na promoção / Escolhi da marca Dako / Porque Dako é bom / Dako é bom / Dako é bom / Calma minha gente / É só marca do fogão..."

Coisa de gênio...

Ah, e essa letra além de ouvir no programa da Monique Evans (bom hein?) eu li no engraçado blog da DriSpaca . Vai lá...

Ouvindo, Descontrolada, da descontrol total, Tati Quebra Barraco



FRASE DO DIA

"Tô com vergonha do Corinthians..."
(Casagrande - o jogador rock´n´roll - um dos mais paralelos da história do futebol)

voltamos à nossa programação normal...

Ouvindo Fazendo Música, Jogando Bola, ridícula, do tão ridículo qto, Pepeu Gomes

13.5.03



ABORTO ELÉTRICO COVER

Em entrevista ao Jornal da Tarde de hoje, o camarada conhecido como Dinho, vocal do Capital Inicial, diz que pretende gravar um disco composto somente pelo repertório da banda punk brasiliense Aborto Elétrico. Como vocês estão cansados de saber, essa era a banda inicial de Renato Russo e é considerada como a responsável pela explosão de dezenas de bandas na cidade de Brasília durante os anos 80. O disco será lançada provavelmente no ano que vem ou em 2005. Eu não tenho nada contra a idéia, já que o Dinho é parte integrante da história e efetivamente não existe um único registro das músicas da banda (tá, vc encontra gravações raçudas no soulseek), mas pode apostar que vão cair matando no sujeito...

Ouvindo Sick and Tired, delicioso bubllegum, cantado pela deliciosa vocalista da deliciosa banda sueca Cardigans


FRASE DO DIA
(obrigado Reinaldo, pela mesma...me deu a força que eu precisava para continuar...)

"Quando lhe atirarem uma pedra, faça dela um degrau e suba... Só depois, quando tiver uma visão plena de toda a área, pegue outra pedra, mire bem e acerte a cabeça do filho da puta que lhe atirou a primeira"

Ouvindo Like a Rolling Stone, cansativa, de Jimi Hendrix



Falando em Glastonbury. A banda que vai DESTRUIR no festival vai ser a banda ROONEY...já ouviram? Brilhante...the next big thing...fácil...

Ouvindo Here Today, Gone Tomorrow, de Rooney



VAI ESTAR NO REINO UNIDO EM JUNHO?

Então vai estar numa boa, porque uma das melhores bandas do momento, a formidável The Libertines, vai estar fazendo uma mini-turnê de aquecimento para o seu show no MELHOR FESTIVAL DE ROCK DE TODOS OS TEMPOS, o cool Festival de Glastonbury (cujas bandas serão divulgadas no próximo dia 30 de maio). Quer saber as datas?

20 junho - Manchester Academy;
22 junho - Glasgow Barrowlands;
24 junho - Leeds Cockpit;
25 junho - London Forum.

Vai lá, aproveita que o dólar está caindo...

Ouvindo Death on Stairs, brilhante, de The Libertines



OBITUÁRIO

Deixando de lado a política (mas não a esquecendo), bem como deixando de lado Deus Diego (mas não o esquecendo, claro), voltamos a programação normal, para falar de música. E para falar que NOEL REDDING, baixista da banda que gravou com Jimi Hendrix o seu primeiro álbum "Are You Experienced?, morreu aos 57 anos no último domingo...

Tocava bem? Creio que sim, mas passou desapercebido pelo mundo do rock. Também, tocando ao lado de Hendrix, qualquer um ficaria assim...

Ouvindo Foxy Lady, g-e-n-i-a-l, a melhor música de Hendrix



12.5.03



AQUI NINGUÉM FALA MAL DE DEUS...

Ah, eu já ia me esquecendo... além da minha campanha "Eu Adoro Fidel", acabo de decretar que aqui nesse blog ninguém fala mal de Deus, ou seja, Dele...Diego...e aproveitem e visitem o link abaixo, para o Seu site oficial...vale a pena...



Ouvindo qualquer tango, lindo...



BOB MARLEY

Ontem fez VINTE E DOIS anos que o pai do reggae, o sujeito conhecido como BOB MARLEY, morreu. Vítima de câncer, Bob morreu no dia 11 de maio de 1981. Deixou vários discos legais e músicas bacanas. Ouçam que vale a pena...

Ouvindo One Drop, linda, de Bob Marley



SANGUE LATINO

Alguém pode me dizer se o novo disco da KELLY KEY é tão bom como o primeiro???

Ouvindo a genial Escondido, de Kelly Key



FRASE DO DIA (OU, APENAS MAIS UMA COMPROVAÇÃO DA SUPERIORiDADE BEATLE SOBRE O CAFONA IMPÉRIO ROLLINGSTONIANO)

Vocês souberam do show do Paul McCartney (na Itália) na praça em frente ao Coliseu, né? 300.000 pessoas. Tudo bem, o cara tá velho, tá fraco, mas é um beatle...e ele foi genial, ao comentar a quebra do recorde de público na Itália:

"Quando você tem sorte, quebra os recordes de público dos locais onde se apresenta. É tão legal quando você chega num lugar e eles dizem: 'Até agora o recorde de público daqui era dos Rolling Stones, mas agora é seu'. E nós dizemos: 'Sinto muito, Mick"'.

Hehehe...

Ouvindo É Tudo Pose, bacana, de Lobão



EU APOIO FIDEL CASTRO!!!

Tendo em vista os recentes ataques furiosos do meu amigo Picareta ao velho barbudo da ilha mais bacana do Caribe, eu me sinto na obrigação de abrir um hiato na discussão musical, apenas para deixar bem claro a minha posição:

EU APOIO FIDEL CASTRO. E se o sujeito quer matar uns cubanos fugitivos safados, bem faz ele...ao menos os caras morrem em Cuba mesmo e não nos EUA, onde os guardas da fronteira matam mais mexicanos por ano do que exército de Israel mata palestinos...

Voltamos à programação normal...

Ouvindo Loirinha Americana, legal, de Mundo Livre S/A

8.5.03



Ah, e a Cecília, além de cantar MUITO, ainda escreve muito em um dos sites mais bacanas da net, a muito boa REVISTA BALA . Confiram, visitem, leiam...



ENTREVISTA 4 ACORDES – CECÍLIA GIANNETTI – VOCALISTA DA BANDA CASINO

Ah, coisa assim não acontece todo dia
Coisa assim não acontece todo dia...
Se isso der mesmo em samba , faz minha vida feliz, feliz, feliz

(“Coisa Assim”, Casino)



Em tempos difíceis como esses, em tempos de um início de século absolutamente perturbado, não há como não gritar de alegria ao esbarrar com uma banda tão sensacional e bela como a carioca CASINO. Formada originalmente sob o nome de 4track Valsa por Christiano Menezes (guitarra e teclado), Cecília Giannetti (vocal e guitarra), Maria de Fátima (guitarra), Júnior (bateria), Júlio (baixo) e Ricardo (percussão), a banda nasceu no Rio de Janeiro e mudou de nome para mostrar que o rock, a bossa, a sensibilidade, as palavras inteligentes e a vontade de fazer, quando misturados, formam um quadro lindo de se ver, lindo de se ouvir, delicadamente desenhado por ótimos músicos. E no meio desse lindo quadro sonoro, que mais se assemelha a um doce tapa na cara do ouvinte, impossível passar imune à voz de Cecília – uma das melhores vocalistas do Brasil, desde sempre – que encanta e conduz a viagem, do início ao fim. E, gentil, Cecília concordou em falar ao 4 Acordes por e-mail. E a entrevista segue abaixo. Aproveitem bem...

Ah, e não deixem de ouvir e procurar o som da banda, que já lançou o tape “Altas Horas” em 1999, o vinil 7” em 2000 (ambos ainda como 4track Valsa), e o belo EP Casino, em 2001, que você encontra aqui, na Midsummer Madness Records...

Pergunta: Casino. Uma viagem nostálgica ao romântico e antigo Rio de Janeiro ou apenas um striptease da alma com uma excepcional trilha sonora? Como tudo começou?

Não tem conceito pré-arranjado. Comecei a tocar com o Christiano (guitarrista/tecladista) quando eu tinha 12 e ele 10 anos de idade. O Júlio também tocava nessa época, mas acompanhava com violão. Pouco depois começou a aprender baixo. Mas foi só depois de eu passar por uma banda de punk rock sem eles dois (mas com a Fátima - guitarista - foi onde eu a conheci) e de tocar ainda alguns anos sem o Júlio, que a formação atual da banda se firmou.

P: Existe uma certa dose de tristeza, de bossa nova, de rock´n´roll, de suaves melodias e de letras maravilhosas no Casino. Como você descreveria a sonoridade da banda para quem nunca os ouviu?

Quando eu tava ouvindo muita coisa da época de bossa nova e até de um período pré-bossa, como alguns conjuntos vocais dos anos 50, etc., até dava pra dizer "ah, tá, releitura de bossa". Eu não ia poder negar porque, afinal, era o que eu tava ouvindo na época. Mas acho que não é por aí. Basta ouvir: estão lá três guitarras, teclado, percussão, baixo e bateria - se isso for bossa nostálgica romântica, eu sou abstêmia. Eu descreveria como música brasileira, pop-rock.

P: Quais as influências musicais e literárias, já que na banda o texto vale tanto quanto o som?

Não dá pra citar um ou dez como se fossem influências diretas da banda. Minhas leituras variam o tempo todo, conforme a necessidade, para estudar, e a vontade, assim como o som que eu e os outros quatro integrantes escutam. Agora eu tô lendo muito o que eu escrevo e escrevi há alguns meses, pra ir acertando uma coisa aqui e ali, mas é tudo texto, não são letras de música nem poesia. Tô lendo também a Casa do Incesto da Anais Nin e Trópico de Capricórnio, do Henry Miller. Mas não influenciam letra de música. As letras têm que ser escritas de uma maneira que eu acredite nelas, mesmo quando não falam de coisas reais pra mim, quando são histórias dos outros, e têm que caber num jeito de cantar que me agrade. Então a minha influência é a circunstância da música e a situação descrita pela letra, casada com a maneira que eu consigo cantar, que é sem treino de voz, etc.

P: O que mudou dos tempos do 4track Valsa para o Casino?

A mudança de nome não marca a mudança de som. Acontece o tempo todo uma mudança de som, até agora mesmo, quando a gente não tá fazendo show. Quando ensaiamos hoje, tocamos outra coisa que não tem muito a ver com o que tá gravado e foi lançado pelo MIdsummer Madness e a tendência é sempre incorporar tudo que me interessa, o que tem interessado aos outros... mesmo porque isso é inevitável. No resto da banda ninguém gosta muito de hip hop, mas tem sido o que mais escuto há um ano. Tenho ido ver batalhas de improvisação (na Lapa, começou uma festa fixa com isso, todo sábado, no Galpão da Lapa - de graça), só shows... é o que me interessa em termos de vocal agora. Eu sei que não vou fazer rap porque não tenho a capacidade e a perseverança pra treinar da maneira que vejo Marechal, Akira, e outros caras de rap aqui do Rio fazendo, passam oito horas estudando, o dia todo... não consigo isso, mas ao mesmo tempo é impossível não admitir essa influência, não deixar entrar ou não perceber que já entraram algumas quebradas no ritmo dos versos de uma música recente minha, por exemplo. Não é hip hop, mas eu sei o quanto do que tenho ouvido dos MCs está lá.

P: O reconhecimento que vocês vêm obtendo na imprensa musical é um estímulo para as bandas nacionais novas. Mas como você avalia este espaço? A internet ajuda ou você acha que o veículo acaba sendo apenas um reduto para poucos?

Não sei, acho que teve barulho quando lançamos a primeira demo, depois fizemos o clipe em São Paulo na MTV, tocando ao vivo, e falaram bastante também.. aí lançamos o EP, ele esgotou, vendeu tudo, graças a Deus. Se a imprensa gostou ou não, sei lá, os caras têm que falar de quem tá aí, né? Acho que na verdade não gostam não, chegam em casa e vão escutar outra coisa, um troço bem gravado - :)) - Internet ajuda um bocado. A gente não aproveitou tudo que podia do meio, apesar de eu trabalhar direto em web, porque não temos tempo de ficar fazendo site, essas coisas.

P: Quais bandas novas você anda escutando?

Wado, DJ Dolores, Tupac, De Leve, um MC de Niterói, Marechal, idem, de quem eu gravei toscamente umas músicas e improvisos numa fita junto com uma entrevista que fiz com ele; Dre, Jay-z, Instituto, Whiskeytown, Van Morrison... peguei a Fátima ouvindo Dido noutro dia e tentei convencer ela que o Eminem era gente boa pq lançou a mulher mas ela não quis me ouvir.

P: Planos para o futuro? Álbum, shows?

Show onde? Aqui no Rio, até o Kashanga fechou. Me divirto mais tocando em casa.

7.5.03



THE CRAMPS - FIENDS OF DOPE ISLAND



E depois de seis anos longe dos estúdios, quando lançaram o fraco Big Beat From Badsville (1997), eis que a banda mais pervertida e adoravelmente doente de todos os tempos retorna com um lançamento inédito. A banda? THE CRAMPS? O album? O recém lançado Fiends of the Dope Island. Bacana e simplesmente The Cramps. Precisa Mais? Óbvio que não. Logo de cara, dá para sentir que a banda tenta (e consegue) o retorno ao psychobilly insano que a consagrou. Guitarras macabras e seguras e a sempre genial voz debochada de Lux Interior dão o tom na excelente Big Black Witchcraft Rock. Na seqüência vem a alegórica Papa Satan Sang Louie, um blues acelerado e delicioso, que bem poderia ser performado por The Kinks nos mofados anos sessenta, caso esses últimos tivessem sido bons. Dr. Fucker MD segue abrindo com uma bateria compassada, para terminar em uma guitarra ritmada e nada anestésica, deixando ouvinte feliz por ainda existir Poison Ivy (guitarras) no mundo. E o disco prossegue naquilo que The Cramps sabe fazer de melhor, letras “filmes B”, sexo, horror e rock´n´roll. Puro rock´n´roll. Elvis Fucking Christ, She´s Got Balls e Dopefiend Boogie remetem ao melhor The Cramps, como se Lux e Ivy ainda estivessem com quinze anos e cheios de energia, como se fossem personagens de um filme trash e sem a menor vontade de levar o rock´n´roll a sério. E eles não levam? Claro que sim e sorte nossa um álbum desses ainda ser lançado em pleno século vinte e um. Sorte mesmo...

Ouvindo Can Your Pussy Do The Dog?, brilhante do começo ao fim, de The Cramps

6.5.03



AGORA SIM...

A banda mais bacana do começo do século, The Strokes, resolveu dar um "hasta la vista" ao produtor Nigel Godrich (que já trabalhou com Radiohead, entre outros). Ao que parece, o sujeito não funcionou com a banda, que resolveu chamar o produtor do primeiro álbum, Gordon Raphael, para assumir a empreitada do segundo trabalho. Pode apostar que, agora sim, vai sair coisa boa de ,novo...

Ouvindo Stroke, alguém lembra disso, de Bonfire (credo!!!)



KISS RECORDS

A banda que não acaba, a mais chata do planeta, a banda mico de circo do universo, o KISS, resolveu lançar um selo próprio em parceria com a Sanctuary Records. O nome do dito selo será Kiss Records e irá debutar com o álbum The Kiss Symphony: Alive IV, com a banda sendo acompanhada pela Orquestra de Melbourne.

Vocês já sabem a minha opinião sobre esses palhaços que se pintam para cantar rock´n´roll (eles tocam rock?), agora o que eu não compreendo é por que cargas d´água eles acham relevante lançar um novo (novo?) Alive. Cacete, ninguém mais quer ouvir o Kiss...não é?

Ouvindo Kiss, lendária, de Prince

5.5.03



CLASS OF 86 – GERAÇÃO ESCONDIDA



Em 1986, o MELHOR jornal de música do planeta, o New Musical Express, lançou um tape histórico simplesmente chamado C-86 (Class of 86). Referido tape continha apenas bandas novas e desconhecidas (e bacanas para cacete) que combinavam magistralmente guitarras ruidosas com melodias suaves. Os grupos que estavam no referido tape, tinham, curiosamente, uma espécie de singular identidade musical e estavam, efetivamente, fazendo um som contemporâneo e autêntico (a verdadeira pré-história do brit-pop e do indie guitar sound verdadeiro). Não demorou para que tais bandas (e outras do mesmo estilo sonoro) fossem apelidadas de Class of 86, muito mais por estarem visual e musicalmente atreladas umas às outras do que simplesmente por terem sido rotuladas pela imprensa musical da época. Muitas delas não fizeram o sucesso que mereciam e simplesmente desapareceram na história, deixando apenas poucos álbuns gravados e influenciando gente pacas (se existiu Nirvana nos 90, queridos, agradeçam a Class of 86). Injustiça total. Na minha opinião, a Class of 86 gerou uma quantidade BRUTAL DE BANDAS LEGAIS, as quais, na sua maioria, não tiveram o reconhecimento do seu talento devidamente atestado. Mas isso é passado. Quem curte um bom som não pode deixar de ouvir e reverenciar toda essa geração de músicos, infelizmente escondida sob os escombros de uma década tão fértil e bacana como a década de oitenta.

Ah, quer ouvir e saber um pouco mais da história? Visite esse EXCEPCIONAL SITE e leia e baixe tudo o que puder.

As bandas? Primal Scream, The Pastels, The Shop Assistants, The Mackenzies, My Bloody Valentine, The Wedding Present, The Might Lemon Drops, Babe Lemonade, Motorcycle Boy, The Primitives, The Soup Dragons, Razorblade, Yeah Yeah Noh, Submarine, Half Man Half Biscuit entre outros… só biscoito fino…

Ouvindo Class of 69, explosiva de boa, dos divertidos Alien Sex Fiend



EM FESTA QUE IDIOTAS HOMENAGEIAM PATETAS, ATÉ MARINES APARECEM...

Artistas bizarros (e ruins) como Sum 41, Limp Bizkit, Korn e Avril Lavigne participaram do show tributo promovido pela MTV norte-americana (tinha que ser) em homenagem aos artistas (bizarros e tão ruins quanto) do Metallica.

Avril Lavigne cantou Fuel (não conheço essa música), enquanto Snoop Dogg cometeu Sad But True. Korn tocou One e Limp Bizkit tocou Sanitarium. O próprio Metallica tocou canções de seu próximo disco, St. Anger, com o novo baixista Rob Trujillo.

No final, quatro marines norte-americanos que estiveram no massacre do Iraque ainda foram ovacionados pela platéia, enquanto a MTV soltava balões coloridos. Uma beleza. Tão patético quanto essa banda e essa emissora poderia ser.

Se eu fosse o Dave Mustaine, dava graças a Deus de ter saído a tempo dessa roubada...

Ouvindo Kick the Metallican, péssima, de Sabbat



EU ADORO IAN McCULLOUGH

E o vocal dos BRILHANTES Echo and the Bunnymen lançou disco solo novo...alguém já ouviu?

Ouvindo a melhor música dos anos oitenta (sem contar qualquer música dos Smiths, óbvio, que não competem porque estão acima de qualquer coisa) Do It Clean, de Echo and the Bunnymen



CURITIBA POP FESTIVAL

E nesse último final de semana teve o bem intencionado Curitiba Pop Festival (tá, eu sei que de boas intenções o inferno está cheio), mas o que vale a iniciativa, não? Quem tocou?

A bacana banda paulista Monokini; o chato pernambucano Otto; os classudos alemães do Stereo Total; os adolescentes do Bidê ou Balde; a interessante banda goiana Mqn; os mezzo gaúchos do Cachorro Grande; os insuportáveis pernanbucanos da Nação Zumbi; e a fantástica banda norte-americana Breeders.

Alguém pode me dizer se foi bom?

Ouvindo nada, por enquanto...



PARA VARIAR...

Para variar a Fluminense FM, a maldita, famosa rádio carioca que toca rock´n´roll, está por um fio. Os proprietários da rádio não andam satisfeitos com os resultados e resolveram acabar com o rock que toca naquelas bandas. Não quer que isso aconteça? Manda um e-mail para fluminense@fluminensefm.com.br e encha o saco dos caras. Quem sabe eles não mudam de idéia....

Ouvindo This is Radio Clash, funk dos bons, de The Clash

2.5.03



BOB GRUEN É THE WHITE STRIPES



No último dia 19 de abril, a MELHOR BANDA DO MUNDO, The White Stripes, fez um concerto seletíssimo em Nova Iorque, no Hammerstein Ballroom. Como eles são espetacularmente bons, Bob Gruen, um mito da fotografia rock´n´roll esteve lá e conferiu. Quer ver fotos como a de cima, na qual as deliciosas Winona Ryder e Meg White se confraternizam? CLIQUE AQUI . Você vai ver o cool Jack White e a fabulosa Meg White entre pessoas bacanas como Nicole Kidman, Julian Casablancas, Jim Jarmusch e outros...vai lá...

Ouvindo Pictures of Lily, insuportável, de The Who



WE ONLY WANTED TO BE LOVED

You never listen to a word that I said
You only seen me
For the clothes that I wear
Or did the interest go so much deeper
It must have been
The colour of my hair

(The Public Image – PIL, 1978)



E na explosão do movimento punk, em pleno auge, quando ninguém imaginava o fim dos Sex Pistols – a banda que foi simplesmente a “cara” do movimento britânico – eis que o impensável acontece e Mr. Johnny Rotten (vocal dos Pistols) decide deixar a banda em meados de 1978, assumir o seu verdadeiro nome de John Lydon e montar uma das melhores bandas de todos os tempos, PUBLIC IMAGE LTD.

Formada no próprio ano de 1978, Public Image Ltd., ou simplesmente PIL, foi uma espécie de manifesto particular de Lydon sobre tudo o que acontecia naquele fervilhante final de década. Uma espécie de terapia praticada à margem do olho do furacão punk. Auxiliado por músicos espetaculares, Lydon montou uma das melhores formações de rock´n´roll de todos os tempos com ele próprio nos vocais, Keith Levene (membro fundador do The Clash, aliás) nas guitarras, Jah Wobble no baixo (a própria lenda) e James Walker na bateria (um mito que tocou no brilhante Fame de Grace Jones, de 78). Juntos, eles gravaram o primeiro disco da banda, o sensacional Public Image (dezembro de 1978), recheado de canções experimentais, pesadas e cruas como se fazia necessário naqueles tempos. A surpresa foi geral. Como um moleque com cabelos desarrumados e dentes sujos podia ter a audácia de aparecer em uma capa de disco com os cabelos penteados e vestindo terno? O conceito era tudo. E isso era o melhor. Os punks se contradizendo, pregando mudanças, e não aceitando algo que pudesse se sobrepor ao punk. Ali foi o começo do fim...

No ano seguinte o PIL lançou um dos melhores álbuns de todos os tempos. A obra prima Metal Box. Editado em 45 rpm e embalado em uma caixa de metal de 12 polegadas, o álbum é perfeito. Metálico, sujo, ruidoso, elaborado, sutil, inteligente, enfim, uma obra prima. O ruído do rock dos oitenta, com certeza, deve muito a esse álbum.

A partir daí, a banda mudou de formação e lançou uma série de álbuns como o artístico Flowers of Romance (1981), o ideológico Album/Compact Disc/Cassette (1986) – que teve Steve Vai nas guitarras - e o fraco Happy (1987), até acabar no começo da década de noventa, com a missão cumprida...muito bem cumprida.

Ouvindo Image of Me, dos desprezados e geniais Supersuckers