22.5.03



E NO FIM É O OUVINTE QUE SE FODE…SEMPRE

Que o jabá (prática de as gravadoras pagarem para as rádios e as tevês tocarem esse ou aquele artista) existe desde há muito tempo no Brasil e no mundo é fato. O que nunca se viu foi alguém que participou do esquema, admitir publicamente tal fato. E foi isso que fez André Midani, ex-diretor de gravadora (Philips, WEA e outras) e hoje atuante da ONG Viva Rio. Aos 70 anos, Midani concedeu uma entrevista aos jornalistas Pedro Alexandre Sanches e Laura Mattos, ambos da Folha de São Paulo. A entrevista foi publicada ontem e você DEVE lê-la AQUI .

É bastante a forma como Midani aborda o assunto. Fica nítido que o artista é visto apenas como um produto e como tal, deve ter um “custo publicitário” para ser vendido. Obviamente eu não me surpreendi com a “revelação”, afinal tenho trinta anos nas costas e sei bem que música é negócio e o mundo não gira sem grana. O que mais me aborrece, entretanto, é que quanto mais penso sobre o assunto, mais vontade me dá de mandar tudo às favas e queimar meus cds em algum buraco por aí.

Por essas e por outras que estou com caras como Lobão, Aguinaldo Timóteo (que vende seus cds em banca de camelô) e tantos outros.

Ouvindo Police and Thieves, corretíssima, de The Clash

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