31.7.03



QUANDO A NOITE É MAIS SEGURA - BAUHAUS



We tried to fly
Is it so high
We don't think so
We don't think so

(Boys – Bauhaus)

Eu lembro como se fosse hoje. Fátima, uma amiga (por onde anda?), emprestando-me no colégio um vinil velho, cuja capa preta chamava a atenção por ter a foto de um homem nu tocando uma espécie de trompete. E ela me disse – Ouve lá. Aprende a ouvir música consistente. Pára de ouvir essas suas bobagens. Eu já havia ouvido falar da tal banda, mas dei pouca ou quase nenhuma bola a ela. Mas assim que cheguei em casa, coloquei o tal vinil para tocar. E fiquei chocado. Poucas vezes na minha curta vida (naquela época era curta pô!) tinha ouvido uma música tão intensa, imponente, impressionante e fantástica como aquela. A banda? BAUHAUS? O álbum? O sensacional álbum de estréia “In The Flat Field”.

Surgida em 1978 na esteira do movimento punk (sempre ele, né?), o BAUHAUS fez tudo o que uma banda teatral deveria fazer. Usou e abusou das luzes, dos sons, das palavras, enfim, das artes. Produziu um som seco, denso, pesado, mas muito competente e absolutamente rock´n´roll. Seu primeiro álbum, o citado “In The Flat Field” (1980) é perfeito. Soa como uma happy hour em meio ao apocalipse. Como se não houvesse amanhã. Heróico e triunfal. O álbum seguinte mantém a perfeição da banda. “Mask” (1981) é divertido e irônico como um filme psicótico. Tem a melhor canção do início dos oitenta, a genial “Kick in the Eye” e a desesperada “Hollow Hill”. Imprescindível.

Ainda lançaram mais dois álbuns até o fim da banda em 1983, mas Peter Murphy Daniel Ash David J Kevin Haskins
Não precisavam fazer mais nada. Graças ao Bauhaus a noite tornou-se um lugar mais seguro para se esconder.

Ouvindo Hair of the Dog, adorável, de Bauhaus

Um comentário:

Anônimo disse...

Hey, I am checking this blog using the phone and this appears to be kind of odd. Thought you'd wish to know. This is a great write-up nevertheless, did not mess that up.

- David