29.1.03


MADE IN BRAZIL

Eu adorei o texto escrito abaixo pelo Lúcio, porquê ele me permitiu escrever sobre algo que eu gosto bastante e que, por vezes, deixo de comentar por aqui...rock made in Brazil. Eu, como amante de música e adolescente criado no meio dos anos oitenta, curto muito rock nacional e curto mais ainda quem se propõe a fazer rock nessas bandas, ainda um país, infelizmente, dominado por uma necessidade gritante de ter sua personalidade firmada e que, por isso mesmo, castra e vem castrando ao longo dos anos, o gênero rock.

Eu não concordo quando alguém diz que as bandas do Brasil tem que necessariamente soar como se aqui fosse um eterno verão (isso não é com vc Lúcio, pois entendi o que vc quis dizer, isso é geral). Porra, chega disso! Já basta o mal que a Bossa Nova causou a nossa música, forçando a imagem de que o único som viável de ser produzido por aqui era aquele produzido por uma batidinha idiota de violão, à beira da praia e com um copo de caipirinha na mão. Foram 30 anos de atraso, no mínimo, e a eternização (se é que essa palavra existe) de ícones equivocados e letárgicos como Caetano, Bethania, João Gilberto e tantos outros, que fizerm mais mal do que bem à nossa cultura popular, ditatorialmente falando. Chega! Eu não quero mais isso e aposto que muitas pessoas também não. Rock é rock! Rock pode ser cinza, rock pode ser grito, rock pode ser diversão, rock pode ser coturno, rock pode ser brasileiro, rock pode ser o que ele quiser, desde que bem feito.

Lembrem que a estética "rock de verão" produziu bandas até legais (em termos de diversão) nos anos oitenta, porém, a estética "rock é rock mesmo e não só batata frita", gerou bandas geniais e completamente sintonizadas com o que era produzido na época, como, por exemplo, Smack, Fellini, Varsóvia, o próprio Ira!, Detrito Federal, Replicantes e tantas outras bandas, enfim, com mais consistência musical, política e estética...no frigir dos ovos, as bandas mais rasas fizeram mais sucesso, mas o negócio é assim mesmo não é?

O que eu espero é que o rock continue sendo produzido no Brasile, principalmente da forma como está sendo hoje, com mais possibilidade de uma banda gravar seu cd e sair por aí divulgando o mesmo. Claro que, para isso, deveriam existir mais lugares para tais bandas tocar e a imprensa musical deveria ter mais boa vontade com as bandas nativas, mas aí já seria pedir demais...por ora, basta escutar o que fazem bandas bacanas como Luisa Mandou um Beijo, Autoramas, Casino, Cigarrettes, Pullovers, Thee Butchers Orchestra, Leela, Forgotten Boys, etc...etc...etc...basta ir atrás e ouvir...

Ouvindo Porquê Não?, de Replicantes

Nenhum comentário: