20.2.03
PRAZERES BEM CONHECIDOS...
"Existence... well, what does it matter?
I exist on the best terms I can
the past is now part of my future
the present is well out of hand"
(Heart and Soul, 1980)
A primeira banda que eu efetivamente amei na vida foi Joy Division. Foi a primeira banda que teve a honra de enfeitar a parede do meu quarto através de um pôster, nos longínquos anos oitenta (aliás Picareta meu caro, pôster encartado numa edição da NME). Tá, eu sei que isso não significa nada para vocês, mas o que eu quero efetivamente dizer é que Joy Division foi uma banda simplesmente divina. Somente isso.
Surgida na cidade britânica de Manchester, em 1977, na esteira da poeira levantada pelo movimento punk, a banda tinha Ian Curtis nos vocais, Bernard Albrecht nas guitarras, Peter Hook no baixo e Stephen Morris na bateria.
No começo se chamavam Warsawa e faziam um som talentoso, objetivo, agoniante, cru e direto. Depois, mudaram o nome para Joy Division e ressaltaram as letras espertas e incomuns do vocalista Ian Curtis, que logo fizeram o grupo se destacar da massa de bandas surgidas na época.
O primeiro disco Unknown Pleasures foi lançado em 1979 e já mostrava um Joy Division um pouco diferente do seu começo, mais climatizado e adaptado às letras brilhantes de Curtis. Quem ouve e não tem vontade de dançar freneticamente a maravilhosa faixa de abertura do álbum, Disorder, só pode ser uma pessoa completamente insensível ao rock´n´roll, que não merece o dom da vida.
O fato é que a banda começou a fazer mais e mais shows e ganhar a atenção da mídia musical britânica. São famosos os shows da banda em que Ian Curtis dançava histericamente, em uma espécie de ritual. No muito bom livro Touching from a Distance, lançado em 1995 por sua esposa Deborah Curtis, a mesma esclarece que a dança em questão nada mais era do que uma brincadeira particular, na qual Curtis apenas imitava os movimentos de um epiléptico em surto, doença que o acometia desde sempre.
Em 1980 entraram em estúdio e gravaram o segundo álbum, o sombrio e denso e atormentado e maravilhoso Closer. Entretanto, o álbum só chegou ao mercado em julho de 1980, ou seja, dois meses após Ian Curtis ter cometido suicídio na sua casa (deixando mulher e um filho de um ano) e dois meses após o Joy Division não mais existir.
O resto do grupo, bem, o resto do grupo se tornou o New Order, nunca mais tocou qualquer canção do Joy Division e a história vocês conhecem bem...muito bem...
"Existência... bem, o que importa ela?
eu existo da melhor maneira que posso
o passado faz agora parte do meu futuro
o presente está totalmente fora de controle"
(Heart and Soul, 1980)
Ouvindo Ceremony, de New Order
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Um comentário:
Ótimo texto escrito e concordo, JOY DIVISION tem tipo de som inigualavel.
Assisti Control... Gostei muito do filme, nele Ian foi um grande musico/compositor...Mais como pai ele foi péssimo.
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